3 de out. de 2008

Show: 'Matizes'.
Quem: Djavan.
Onde: Emes Centro de Eventos.
Quando: 12-09-2008.

No início do ano Caetano Veloso aportou por aqui com o seu show 'Cê'. Resolveu mudar, baseou o show no novo lançamento e pagou caro. A resposta do público não poderia ser pior. Aí uma comichão me atacou o juízo: Ter um passado musical irretocável torna o artista refém do seu próprio sucesso? Estaria o segredo em agradar a todos? Tocar o que o povo quer ouvir? Mas será que Caetano não estaria certo? Será que tudo tem que ser necessariamente tão ‘enlatado’?

Entrando em campo com o jogo ganho.

Djavan veio a Aracaju lançar o seu 18º CD, ‘Matizes’, após um hiato de 03 anos sem shows por aqui. Casa cheia, sucessos na ponta da língua, era só escolher as músicas, entrar no palco e não fazer feio. O público que aguardava não esperava por grandes inovações, e sim por um show repleto de grandes sucessos. E assim aconteceu.

Com cenário da Muti Randolph e design de luz de Maneco Quinderé, Djavan veio acompanhado no palco pelos filhos Max Viana (guitarra e voz) e João Viana (bateria), além da banda formada por Sérgio Carvalho (baixo e voz), Renato Fonseca (teclados e voz), Marcelo Martins (saxofones), François Lima (trombone e voz) e Walmir Gil (trumpete e voz), um timaço!

Generosamente acolhido pelo público, Djavan entrou em campo com o jogo ganho, todo mundo cantando tudo junto. Desfilou seu repertório iniciando com ‘Pedra’ e ‘Delírio dos mortais’, do novo álbum, seguindo com clássicos como ‘Oceano’, ‘Eu te Devoro’, ‘ Flor-de-lis’, e tantos outros.

1 + 1 = 2 ou mostrando como se faz.

Eu não acho que Djavan precise se reinventar, ou algo do gênero. Eu vejo que ele tem feito isso em suas obras, em seu processo de composição, deixando o rigor quase Jazzístico de discos como ‘Milagreiro’ e ‘Vaidade’, para criar canções de puro flerte pop como ‘Te Devoro’, do álbum ‘Bicho Solto’ ou mesmo se enveredar pelo mundo dos ‘beats’, com o álbum ‘remixes’.

Apenas sinto falta de mais ousadia ao vivo. Nem tudo precisava ser tão igual, óbvio, perfeitinho, o caminho do agrado não precisa seguir a fórmula de sempre; nesse quesito, ponto para Caetano. Mas será que é isso que o público quer? Mudanças? Risco? Com certeza, isso é o que ele não quer, é o que se percebe quando ele brinca dizendo: “Fora as músicas novas, em todas as outras eu fiz arranjos novos. Faço sempre isso porque quero ter pelo menos a ilusão de que estou cantando um repertório novo”.

Aos que acharam tudo perfeito, como sempre, podem esperar: Ele volta.
Eu queria mais!
Para ver as fotos do show de Djavan, acesse:

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